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Amamentar: Muito Leite, Dor e Bico Artificial | Meu 1º Filho

  • Luciana Morgado
  • 5 de ago. de 2015
  • 6 min de leitura

Estamos na Semana Mundial da Amamentação e quero contar um pouco sobre minhas experiências de mãe desde que amamentei pela primeira vez, quando meu filho nasceu em 2012.

Eu SEMPRE quis amamentar. Na verdade sempre enxerguei a amamentação como parte do processo, nunca pensei que seria diferente, que não daria certo nem nada disso. Durante minha primeira gravidez, comprei uma mamadeira para alguma emergência, afinal sabemos que muitas vezes podemos ter problemas com leite que não desce ou coisa do tipo. Mas comprei e deixei lá no fundo do armário, pois sabia que minha prioridade era fazer a coisa toda dar certo.

O Nelsinho nasceu quase 8h da manhã e fomos nos encontrar apenas as 16h - fiquei no pós operatório um tempão porque o hospital estava lotado e não haviam quartos disponíveis { véspera da semana de carnaval, então imaginem que no "mundo das cesáreas", médicos e mães agendaram tudo para antes ou depois da folia, ou seja, Pro Matre lotada }. Quando a enfermeira chegou com ele no quarto, eu não acreditei! Chorei, chorei... e depois do momento emoção, ela me pediu para sentar na poltrona, para que pudesse me orientar com algumas dicas para a primeira mamada. Nem precisou. Assim que coloquei ele para mamar, ele foi sugando, como se tivesse treinado para esse momento por 9 meses. Mamou, mamou, mamou e dormiu, dormiu muito!

No primeiro dia, logo que nascem, eles não mamam muito, muitas vezes. Eles praticamente só dormem, e foi isso que ele fez. Acho que acordou uma vez na madrugada e só, então eu não tive muito como sentir se tinha leite ou não, se doía ou não. Eu só sabia que meu peito estava muito maior que o normal, e que provavelmente não teria problemas no quesito leite.

Foi no terceiro dia que tudo mudou. Estava dormindo quando de repente senti minha camisola úmida, molhada, mas estava tão cansada com a rotina da maternidade - visitas, médicos, enfermeiras, exames do bebê - que ignorei e dormi mais um pouco. De manhã, a surpresa: estava tudo molhado! Camisola, lençol, tudo... molhado de leite! Juro!!! Levantei correndo sem acreditar. Tomei um banho e pedi para que me comprassem pads absorventes, porque o leite vazava, principalmente enquanto o Nelsinho mamava. Sim, enquanto ele mamava em um peito, o leite vazava do outro - o que depois me deu um trabalhão porque eu tinha que amamentar com uma fraldinha de pano do lado, porque o pad não era suficiente.

{ vou fazer um post logo mais para falar dos pads, pomadas e protetor para mamilos que vou citar aqui nesse post }

Era uma benção, eu tinha muito leite. Estava tão feliz! Tudo tinha saído exatamente do jeito que imaginei... até que no fim de tarde do terceiro dia, o Nelsinho começou a mamar e elas apareceram: as dores. O mamilo doía, e todo o resto doía junto enquanto ele sugava. Mas doía MUITO. Duas mamadas depois eu comecei a ter cãimbras nos dedos do pé, de tanta dor. Eu chorava de dor, mas deixava ele mamar. Pensava que talvez fosse passageiro, que fazia parte da adaptação - e me culpava por não ter preparado os mamilos antes { exfoliação, banho de sol, hidratação, tudo isso feito durante a gravidez pode ajudar }.

Na manhã seguinte, tivemos alta da maternidade e minha médica me recomendou comprar um bico artificial, assim eu poderia amamentar sem me machucar, até que não doesse mais, e um pad da Lansinoh, que tem um gel que ajuda a aliviar o mamilo machucado. Passamos na Alô Bebê no caminho de casa, porque era uma emergência! Eu não sei se aguentaria aquela dor novamente. Comprei os pads e o protetor para mamilos da Avent e fui para casa com meu bebê no colo e a sacolinha nas mãos, ansiosa para saber se aquilo me ajudaria de fato. Fervi os bicos, coloquei os pads em gel na geladeira e fiquei esperando a próxima mamada.

Amamentar com protetor de mamilo requer paciência. Primeiro porque você tem que esterelizar eles toda vez, a cada mamada. Segundo porque quando o bebê acaba de mamar, você te que ter um cantinho com um paninho limpo etc para ter onde colocar o bico depois de tirar do peito. Terceiro porque a movimentação do bebê pode fazer com que o protetor de solte, ai o leite que esta nele escorre pela barriga, você tem que estar com a famosa fraldinha do lado para secar, colocar tudo no lugar e continuar amamentando... mas vale a pena! Porque se você está sentindo dor e continuar sem os protetores, em algum momento seu mamilo vai se machucar, rachar, sangrar, e isso pode comprometer a amamentação e a alimentação do seu bebê. Então, previna-se.

Bom, o Nelsinho se adaptou super bem aos protetores - os da Avent são SUPER fininhos, se encaixam bem e aderem ao peito, pois são se silicone, então tem aquela textura que fica coladinha na pele. Depois de algumas mamadas eu usava os pads em gel, para aliviar os mamilos e ajudar a evitar que o leite empedrasse - eu tinha muito leite e, apesar de amamentar em livre demanda, ainda assim sobrava leite e eu não tinha muita noção, na época, de tirar com a bombinha, doar, nada disso, então vira e mexe meu peito ficava muito cheio e dolorido, e nessas horas os pads em gel ajudavam muito.

Eu, vez ou outra, tirava o protetor e tentava amamentar sem ele, mas a dor era grande demais. Um mês se passou, dois, três, dez... e o Nelsinho mamou até o fim com os protetores. Inacreditável né?! Hoje eu não consigo imaginar, mas foi assim. Eu sentia muita dor, ele mamava com muita força, tentava uma, duas vezes seguidas e na terceira eu ficava toda machucada. Durante esse período, montei um kit para levar os bicos - eu levava mais de 5 bicos limpos na bolsa sempre que saía, afinal não conseguiria lavar e esterelizar nada na rua. Nos kits eu tinha um potinho para os limpos, outro para os sujos, fraldinhas de pano, pads de algodão e alcool gel. Somando tudo isso as fraldas, lenços umedecidos, pomada, roupinha extra, comidinha de emergência, colherinha e chupeta, que ele usou depois dos 6 meses, eu tinha sempre que andar com a bolsa dele pra lá e pra cá, afinal, era um arsenal de guerra, coisas de mãe de primeira viagem.

Aos 8 meses dele, meu leite começou a secar. Eu voltei a trabalhar e, mesmo que num ritmo mais lento, com horários mais flexíveis, o stress todo e a distância prejudicaram a livre demanda. Meu corpo achou que não precisava mais produzir leite e, aos 10 meses, ele só mamava para dormir, e aos 11 não mamava mais. Foi tão difícil quando percebi que tinha acabado! Amamentar é uma oportunidade de criar mais um vínculo, de ter mais um momento ao lado do seu bebê, de estar mais juntinho ainda... além de ser ótimo do ponto de vista nutricional, principalmente no quesito imunidade - o leite materno tem anticorpos que contribuem para o fortalecimento do sistema imunológico do bebê, de um jeito que nenhum leite artificial faz.

Mesmo amamentando por 11 meses, no final eu senti falta, tinha saudade, mas tinha também a sensação de dever cumprido! Foi maravilhoso poder viver isso, com todas as dores, com todo trabalhão que deu, por conta dos bicos, pomadas e tudo mais, valeu a pena! E que saudade que eu tenho de lembrar da carinha dele depois de mamar, satisfeito. Sorria, mesmo dormindo, já que mamava tanto que se cansava e caía no sono.

Engraçado contar tudo isso agora, 3 anos depois, ainda mais depois do Leo... que tem uma história tão diferente. Mas eu conto em outro post.

Acompanhe o blog no Facebook e no Instagram, já já post sobre os produtos que citei aqui, e mais: "O Que Ninguém Nunca Fala sobre Amamentação", "O Uso da Bombinha e a Prática de Tirar e Doar Leite" e todos os outros relacionados ao tema, durante essa semana especial.

Um beijo,

Lu

www.luliluli.com

 
 
 

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