POST DE ALERTA :: O Problema das Avaliações feitas por Profissionais de Saúde na Escola

Coisa muito comum nas escolas de educação infantil é a visita de alguns especialistas, como dentistas, para conversarem com as crianças sobre saúde bucal, por exemplo. Acho muito legal, alguns fazem teatrinho com os pequenos, eles adoram! E acabam entendo melhor a importância de escovar os dentes! O problema é que algumas clínicas também fazem uma rápida avaliação individual, rápida mesmo, e acabam enviando para as famílias alguns diagnósticos um tanto quando duvidosos.

Como isso funciona? Bom, é basicamente assim: a clínica ou o especialista se apresenta para a escola e oferece uma palestra, um momento com as crianças, com foco em passar algumas instruções, e em troca, a criança leva para casa uma cartinha, com observações e a recomendação de que deve ser levada até a clínica. Claro, porque o objetivo final é divulgar o trabalho e ter mais clientes. Até aí, tudo bem! Meu alerta vem para o que acontece na cartinha! Eles poderiam simplesmente escrever dando instruções e se colocando a disposição dos pais, e enviar determinadas observações para casos mais evidentes, mas não, muitas vezes o diagnóstico é super valorizado, ou seja, a criança não tem emergência em tratamento algum, mas eles dão uma “exagerada”, para que os pais acabem levando o filho. Meu medo maior? Quando o diagnóstico é aleatório, sobre algum problema que a criança não apresenta. E sim, isso acontece!

Quando meu filho tinha dois anos e meio, a fonoaudióloga que visitou a escola disse que ele precisava fazer um tratamento urgente. Consultei uma fonoaudióloga da família, de confiança, Dra. Luciana Ramos, que me tranquilizou, dizendo que a fala é desenvolvida em uma sequência, ou seja, primeiro com os fonemas labiais, como ma, pa, ba, e por último os que são formados lá na garganta, como ga e ca, ou os mais complexos, como pro, tra, fra. Resumindo: uma criança de dois anos não necessita de nenhum tratamento urgente por erro de pronúncia! Qualquer outro problema identificado pelos pais, como atraso na fala ou coisas do tipo devem ser acompanhados por um profissional, em avaliações criteriosas e individuais.

Essa semana recebi as avaliações odontológicas dos meus filhos, que foram feitas na escola. A primeira, do meu filho de quatro anos, indica que ele não possui diastemas, ou seja, espaços entre os dentes, e a segunda indica que o Leo, com um ano e dez meses, tem mordida profunda, e que os dois precisam de avaliação ortodôntica. AVALIAÇÃO ORTODÔNTICA COM DOIS OU QUATRO ANOS DE IDADE?!

Consultei uma dentista, amiga e mãe, Dra. Nataly Zambrana, que me confirmou: problemas como esses devem ser observados, claro, mas os tratamentos têm seu tempo certo, é preciso respeitar o desenvolvimento da criança. Nenhuma criança com dois anos de idade precisa de tratamento ortodôntico! Alguns especialistas em ortodontia funcional defendem que aparelhos que usam o céu da boca como apoio podem ser utilizados ainda nos dentes de leite, mas muitos recomendam que isso aconteça só após os 4 ou 5 anos de idade.

O que quero dizer nesse post é: CONSULTE UM ESPECIALISTA DE CONFIANÇA e não acredite em diagnósticos superficiais!

DICA 1: ir ao dentista é muito importante para crianças, já a partir dos dois anos de idade. Primeiro porque é uma atividade que tem que se tornar um hábito desde cedo, segundo porque a limpeza é fundamental para evitar tártaro e futuras cáries.

DICA 2: tratamentos fonoaudiólogos devem ser feitos após avaliação individual, por um único profissional, capaz de acompanhar o desenvolvimento da criança passo a passo. Questione e não aceite clínicas que colocam a criança para ser atendida por profissionais diferentes a cada sessão.

Fiquem espertas, mamães!

Um beijo,

www.luliluli.com

Muito além da Maternidade

#luliluli

Profissionais consultadas para esse post:

Dra. Nataly Zambrana Dentista CROSP 90872

Dra. Luciana Ramos Fonoaudióloga CRFA 4946/SP