Ser Mãe é Barra Pesada :: a sobrecarga da maternidade
- Luciana Morgado
- 4 de mai. de 2016
- 4 min de leitura
Você já teve aquela sensação de que fez, fez e não fez quase nada o dia todo?
Quer dizer, se a sua rotina é um pouco parecida com a minha, você acorda, troca uma fralda de cocô e antes mesmo de pensar em qualquer coisa já tem que correr para o banheiro limpar o bumbum do mais velho, mais cocô. Aí, depois desse começo de dia super agradável, você vai para a cozinha, começa a fazer o café da manhã e se lembra que precisa fazer xixi, sai correndo e volta. Prepara o café da manhã entre “manhês”, algum chororô e afins. Serve o café, tenta correr para se arrumar e arrumar o que falta da mochila da escola, enquanto as crianças comem. Depois você vai para a tarefa ardua de escovar dentes, colocar o uniforme e o tênis, coisa que uma pessoa normal faz em 5 minutos, vocês demoram meia hora, porque um não quer parar de brincar, o outro não quer vestir a camiseta. Aí, você pega tudo, vai pra porta de casa e o mais novo faz cocô de novo. Volta, troca fralda, e sai atrasada, pra variar.
Deixa as crianças na escola, volta pra casa, arruma as camas, o banheiro, coloca a roupa pra lavar, coloca a louça na máquina, vê o que eventualmente você precisa comprar para o jantar ou coisa do tipo. Senta no computador, responde uns emails, faz umas ligações e quando vê, já passou do meio dia. Faz um almoço meia boca, porque quando as crianças não estão você acha que não precisa fazer ”aquela” refeição.
Tira a roupa da máquina, dobra e guarda, porque passar roupa é luxo. Volta para o computador, trabalha um pouco, atualiza as contas e percebe que o saldo ainda não é suficiente para todas as despesas. Trabalha mais um pouco, tenta novas oportunidades, faz ligações, e trabalha mais um pouco. Já é quase hora de buscar os meninos, você pensa no jantar, na lista do supermercado, no boleto que ficou para amanhã, nas pendências com os clientes ou parceiros, no cartão que vai vencer, na vacina que está atrasada, na consulta ao dentista que você vem adiando há tempos - a das crianças, não a sua, porque você mal se lembra que precisa ir ao dentista. Você corre para pegar os meninos, já atrasada de novo, e pensa que precisa brincar mais com eles, e que vai fazer isso quando chegarem em casa, mas aí você precisa passar no supermercado, e quando chega já é quase hora de servir o jantar. Você brinca um pouco pensando que logo mais tem que dar banho, fazer o tetê, escovar os dentes e lembrar dos remedinhos da homeopatia, e perceber que esqueceu de dar o Ad-til de novo. Lá se vai mais uma horinha. Todo mundo na cama, hora da histórinha, da massagem, do ”mamãe tô sem sono”, e meia hora depois, eles dormem.
O dia acabou, você está exausta, mas precisa sair do quarto de fininho, arrumar as coisas na cozinha, na sala, os brinquedos pelo chão. Você se lembra de que não jantou, mas já está muito cansada para voltar para a cozinha, então resolve tomar banho, um leite quente, e ir pra cama, com a sensação de que o dia passou e você não fez nada. Na madrugada, as vezes um acorda para mamar, ou o outro acorda com dor de garganta, e você está lá, de pé, pronta para ajudar, para dar o colo que eles precisam. É assim com você? Porque comigo, na maioria das vezes é. E as vezes me perguntam ”mas Lu, o que você faz o dia todo?”. Eu sorrio, como resposta.
Hoje eu parei pra pensar no tamanho das responsabilidades que carregamos em cada pequena atividade ao longo do dia. Ser mãe é barra pesada!!! Todas essas pequenas coisas são cheias de significado, tudo precisa ser feito direitinho, com qualidade, com carinho. É muita coisa, e a gente não se dá conta, porque são atividades subvalorizadas pela sociedade. Nem mesmo nós, mães, valorizamos tudo isso! Mas alguém tem que pensar no sapato que não serve mais, no pijama quentinho do inverno, no remedinho para a gripe, nas frutas do café da manhã, na lição da escola, na festa do amigo. Além disso, temos que pensar na casa, nas contas, na família, e ainda ter que sentar para brincar de carrinho, de comidinha, de massinha, como se não houvesse mais nada a ser feito naquele momento. E não há!
”Ser mãe é ter que flutuar carregando o mundo nas costas.” Não é?
Quis compartilhar isso com vocês para que também sintam que o que fazemos tem muito valor, por isso, viva um dia de cada vez e brinque, curta seus filhos, porque as contas vão sempre chegar pela porta, mas eles... eles um dia vão crescer! Durma tranquila, porque nossa vida de mãe é assim mesmo, e essa fase de sobrecarga já vai passar!!!
Boa noite!
Um beijo,
Lu
www.luliluli.com
Muito além da Maternidade

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