O Segundo Filho e o Começo da Vida como Mãe de Dois
- Luciana Morgado
- 3 de dez. de 2014
- 4 min de leitura
Se você tem só um filho, sabe como é a vida de mãe. É tudo muito novo e muito gostoso, principalmente depois de já ter criado aquela rotina cheia de cuidados, que você conseguiu estabelecer com seu filho. Os momentos dedicados as brincadeiras, o tempo que passam juntos conversando, pintando, desenhando, cantando ou apenas dormindo... dedicação total aquela pessoinha tão especial.
Pois é, com a chegada do segundo filho, tudo isso, mais outros hábitos, regras e teorias, vão "pro beleléo". Sim! Principalmente quando a diferença entre o primeiro e o segundo filho é de três anos ou menos. E as mudanças começam já durante a gravidez.
Perto do 5º ou 6º mês, sua barriga já está bem grande e você já não consegue dar tanto colo, ou brincar de correr, pular e coisas do tipo. Você não consegue mais acompanhar seu filho como antes, e a tendência é que essa situação se agrave quando o bebê nascer.
Hoje, o Leo tem 5 meses, e o Nelsinho quase 3 anos, e esse ano foi um desafio na minha vida. Sim, porque enquanto "filho único", eu tinha uma agenda toda cheia de diversão com meu filho.. e passava muitas horas do meu dia com ele, o que não acontece mais desde abril, um pouco antes do Leo nascer - em junho.
Quando ele nasceu já foi bem difícil ficar longe, o Nelsinho ia me ver na maternidade e voltava pra casa para dormir com o pai, enquanto eu ficava no hospital com o Leo e minha mãe. Depois, nos dois primeiros meses, eu ficava muito tempo dedicada ao Leo... amamentar, fazer dormir, dar colo, trocar fraldas, dar banho... quando percebia, o dia acabava e mal brincava com o Nelsinho. O tempo com ele era durante as refeições, banho, lição de casa, ou seja, nada muito livre, sempre com a pressão do tempo, da responsabilidade.
Do terceiro mês do Leo pra cá não tem sido muito diferente, o que mudou é que agora consigo deixar o Leo brincando com quem estiver em casa conosco, ou sentadinho do nosso lado enquanto brincamos. Mas isso não dura mais de 20 minutos. O Leo é um bebê que ADORA colo. Não, ele adora o MEU COLO. Sim, e não fui eu que acostumei assim, é o jeito dele, desde o primeiro dia na maternidade.
Não consigo ficar longe dele por muito tempo, todas as vezes que tentei fazer alguma coisa longe por uma ou duas horas, ele ficou com minha mãe ou meu marido e chorou, muito. Parece que ele sabe que não estou por perto. E aí, me sinto na obrigação de estar sempre do lado dele, pois sei que ele precisa de mim para se sentir mais seguro... e também sei que isso é uma fase, e como mãe, é minha obrigação dar carinho sempre que ele precisar.
A questão é que ele precisa sempre estar junto, o que faz com que eu fique distante do Nelsinho, e me faz dormir todos os dias com a culpa de não estar aproveitando direito o dia a dia com meu mais velho.
Sim, eu sei que faz parte. Sim, eu sei que faço o IM-possível para que seja "perfeito", para que eles dois tenham o melhor de mim, mas é difícil mesmo assim. Por isso me reinvento todos os dias em busca de uma solução. Tive que adaptar a rotina, mudar algumas brincadeiras, esquecer um pouco programas muito longos ou muito distantes de casa, tive que delegar muita coisa para meu marido... além de ter que conversar muito com meu filho, para trabalhar com ele a questão da atenção dividida, do ciúme...
Tem dado certo. E sempre que vejo que minha ausência pode chatear meu mais velho, deixo o Leo com alguém e corro lá, para brincar, conversar ou só para atender a algum pedido como "mamãe, toma banho comigo?" ou "mamãe, vamos dormir abraçadinho".
Ser mãe de dois, no começo, não é fácil. É preciso sim se virar do avesso para conseguir dar atenção e carinho. É preciso sim ter muita paciência para a birra de um, o choro do outro, as vezes simultaneamente. É preciso sim reinventar a rotina. É preciso sim ser mais ágil, pois as horas passam mais rápido que antes. É preciso sim contar com a ajuda do papai, ou da vovó, ou de qualquer outra pessoa que queira participar com carinho. Mas principalmente, é preciso saber que esse momento serve de aprendizado para toda família, e que depois dessa primeira fase, outra rotina vai se estabelecer, outras regras, outras teorias... e a diversão vai ser em dobro.
Que eu consiga trabalhar bem essa fase, para fortalecer cada vez mais minha relação com cada um deles, individualmente, para criar um vínculo eterno de amor e amizade entre os dois, e para que, em família, possamos aprender uns com os outros, sempre, em cada fase dessa jornada.
Quando terminei esse post lembrei que escrevi um BEM semelhante... sim, porque esse é um assunto que tem mesmo feito parte dos meus dias nos últimos meses!rss
Um beijo,
Lu

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