A Chegada do Segundo Filho
- Luciana Morgado
- 30 de set. de 2014
- 3 min de leitura
Quando engravidei pela primeira vez eu já sabia: queria outro filho logo em seguida. Sempre foi esse meu sonho, de ter dois filhos na mesma faixa etária, para que pudessem brincar juntos, para que fossem ainda mais amigos.
O Leo nasceu 2 anos e quase 5 meses depois da chegada do Nelsinho, mas mesmo antes disso acontecer, quando ele ainda estava na minha barriga, eu já tinha uma sensação que me incomodava muito, a de que eu estava ficando cada vez mais distante do meu primeiro filho.
Dizem que na segunda gravidez a barriga cresce mais. Pois é, a minha era gigantesca. No 5º mês eu já tinha um barrigão... e meu filho, na época com 2 anos, queria brincar, pular, correr...e eu não podia acompanhar, como sempre fazia antes. Com o passar dos meses, fui delegando cada vez mais atividades para o papai, as brincadeiras, o banho, o jantar... E isso acabava comigo, porque eu tinha a sensação de ficar cada vez mais longe dele, mesmo estando ali do lado.
Depois que o Leo nasceu eu precisava de tempo para amamentar, para cuidar do Leo, fazer dormir, e quando meu filho me chamava tudo que eu podia responder era: "Filho, espera, a mamãe está com o Leo agora." Claro que eu convidava ele para participar da troca das fraldas, dos banhos, da hora de mamar... sempre fiz questão de que ele participasse de absolutamente tudo. Mas, se você tem um filho de dois anos, você deve saber que as atividades tranquilas relacionadas a um bebê recém nascido não o interessam muito.
Comecei a perceber que a nossa relação mãe e filho estava mudando mesmo quando vi que nas horas livres e não me chamava mais para brincar, só chamava o pai dele. Me culpei, fiquei triste, tentei adaptar minha rotina, dormir menos para ficar mais com ele, mas depois eu percebi que não adianta! A fase pré e pós parto é sim muito difícil para nós, mães. Não, não vamos consegui voltar da maternidade e no dia seguinte dar atenção aos filhos, ao marido, a casa, ao trabalho. Não, nós precisamos nos concentrar em apenas duas coisas: em nós mesmas e no bebê que acabou de chegar. Isso eu aprendi. Claro que não deixamos de ficar ao lado de nossos outros filhos, mas não podemos esperar que tudo vá ser como antes. Não vai, essa é uma fase de transição, uma fase necessária para nós e para todos os membros da família.
Outra coisa: o tempo passa muito rápido, e tudo vai voltar ao normal. Hoje o Leo já tem 3 meses, e o dia a dia ainda é super corrido, mas eu já consigo me dividir melhor entre ele e o irmão. Já consigo relaizar outras atividades com mais tranquilidade, pois agora a rotina dele já está bem estabelecida - exceto algumas exceções, afinal, ele é um bebê. Com meu filho, voltei a fazer coisas como dar banho, dar o jantar, a brincar, a passear só com ele. Agora já consigo deixar o Leo dormindo ou brincando com o pai e ficar um tempo com ele, dando carinho e atenção... e isso me deixa muito mais tranquila e feliz, principalmente porque percebo nitidamente a diferença que esse tempo junto faz no seu comportamento.
Tive sim a sensação de que era menos mãe que antes, de que não estava dando atenção devida, de que não dava mais o mesmo carinho, de que perdia momentos especiais... até que um dia, lendo uma histórinha para ele antes de dormir ele me disse: "mamãe, eu amo você, eu adoro brincar com você, estava com saudade." Pronto. Tive a certeza de que mesmo ele ficando um pouco chateado por eu não estar tão presente, ele entendia que era preciso e que esse tempo mais distante não alterou em nada nossa relação.
Meu conselho: relaxe. Descanse quando puder, curta muito seu bebê e aproveite ao máximo o tempo com seus outros filhos, mesmo se esse tempo for de apenas 5 minutos... a qualidade desses 5 minutos é que vai fazer valer a pena, e isso vai dar a eles segurança para entenderem que tem mamãe e amor para todo mundo.
Um beijo,
Lu

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