Adaptações Necessárias

É sempre bom estarmos preparados para mudar de caminho...

Hoje eu consegui! Sim!!! O Nelsinho foi pra cama sem reclamar, sem fazer birra, sem chorar... e antes das 10 da noite! Por que estou comemorando?! Porque desde janeiro estamos vivendo uma pequena turbulência na rotina aqui de casa - ou na falta dela.

Começou com a volta às aulas, chegada na escolinha depois de um mês em casa com a mamãe, vovó, viagem para praia com avós, tios, tias... e de repente ele volta pra escola para o seu primeiro dia no mini maternal, com tias novas e em um outro esquema bem diferente do berçário. Foram umas 3 semanas de muito chororô, dele e meu, muitos dias indo buscar mais cedo, muita conversa... até que um dia ele desceu do carro e entrou na escola sem ao menos olhar para trás.

Em fevereiro, ele fez 2 anos e eu fiz uma escolha: começar o desfralde! Foi ótimo, nas primeiras duas semanas, mas depois desandou. Ele fazia xixi na sala, no quarto, na cozinha, no carro... mas não desistimos! E deu super certo... dois meses depois ele já estava 100% adaptado ao "mamãe, quero fazer xixi." ah...só falei do xixi porque com o cocô nunca tivemos problema, ele sempre pediu, mesmo um pouco antes de tirar a fralda ele já avisava.

Já estávamos em maio quando optei por tirar ele do berço. O Leo chegaría em junho e eu queria que ele já estivesse adaptado a dormir na sua caminha antes da chegada do irmão, para que ele não sentisse que foi o irmão que o tirou do berço e, de repente, ficasse com ciúme ou coisa assim.

A quarta e última "mudança" na vida dele durante o semestre passado foi acontecendo aos poucos, conforme minha barriga ia crescendo. Eu ia delegando cada vez mais atividades para o papai, até que em junho o Leo chegou.

Foram muitas mudanças para um menininho de 2 anos. Fora que ele começou a falar, a questionar, a argumentar... a entender ou não algumas coisas, e isso em alguns momentos ajuda tanto quanto atrapalha.

Com todas essas mudanças, a rotina ia flutuando. Ele dormia cada vez mais tarde, acordava sempre atrasado para a escola - ele sai de casa as 10:30h - e consequentemente não tomava café da manhã, porque chegava na escola já na hora do almoço. Na hora de voltar para casa ele já vinha dormindo, acordava as 20:30h, jantava novamente com a gente e só queria pensar em brincar. Com essa dormidinha entre 18h - 21h ele ganhava energia para ficar brincando até 1h, 2h da manhã, e a minha energia diminuía na mesma proporção que a dele aumentava.

Na hora de ir para o banho, era um escândalo. Colocar o pijama e dormir?! Mais escândalo, chororô, birra e manha. Era um stress. Até que, depois de tentar de tudo, tive uma brilhante idéia, daquelas que a gente pensa: "como não pensei nisso antes?!"

Decidi que vou mudar o horário dele na escola. Sim!!! Vou pegá-lo às 17h, assim ele vem pra casa brincar antes de entrar na rotina de recreação e relaxamento que acontece na escola entre 17h - 19h. Já comecei hoje mesmo! Saí da escola e fomos brincar na casa da minha mãe, voltamos pra casa, tomamos banho, brincamos, jantamos e depois de escovar os dentes, às 21h30, ele deitou na cama dele, nos demos boa noite, ele virou para o lado e dormiu! Fácil, sem nenhum drama, porque ele estava exausto!

Estou tão feliz! É tão bom quando conseguimos captar as necessidades da criança, perceber como podemos fazer os ajustes necessários para que fiquem mais confortáveis. A birra dele era consequência da desordem na rotina do sono, das refeições... e ainda da carência que ele começou a sentir depois que tive que me dividir entre ele e o irmão. Eu sabia que se eu organizasse os horários dele, o comportamento dele melhoraria... e hoje deu super certo!

Enfim, queria dividir com vocês tudo isso porque as vezes achamos que essas coisas só acontecem com a gente, que só os nossos filhos estão dormindo no horário errado, que só a gente fica muito cansada em ter que lidar com a birra deles em plena madrugada. As vezes achamos que perdemos o controle da situação e que isso talvez seja uma falha, talvez isso signifique que não temos o controle de tudo. E não temos!

O que nos resta fazer é estarmos sempre atentas, sempre alertas para observar cada detalhe do dia a dia deles. Olhar o problema e buscar os seus porquês, sempre considerando causa e consequência, sempre sendo flexível para mudar de caminho quando for preciso.

Um beijo!